segunda-feira, 25 de abril de 2011

Envoltório

Tristeza, quando a maioria dos planos que baseavam a felicidade se esvaem ou são tomados, e você os olha alheios, sendo impossível fingir que não os reconhece;
Raiva, porque tudo está sendo como líquido, e escorre de suas mãos, ou mercúrio, que por maior que seja o esforço ele foge de você, e agarrá-lo até se torna impossível;
Medo, de ser rejeitada não só por pessoas, de perder objetos, de ser vencida por derrotas;
Saudades, do que há de vir, do que foi idealizado por mim e que há de se tornar somente mais um sonho frustrado;
Vontade, de te ter perto e me sentir protegida em seus braços, de eriçar o pêlo só de pensar em ti, do perfume que embebeda;
Precaução, que é exagerada e na maioria das vezes atrapalha, mas é essencial demais para esse ciclo que me vicia e me prende cada vez mais;
Sentimento, que por mais incrível que pareça eu não sou uma pedra. Ou sou, talvez a água bateu demais;
Alívio, quando no eterno dualismo a emoção vence, e as lágrimas escorrem pela face como sangue e têm o peso da alma;
Felicidade, por não explodir com tudo isso, e conseguir mostrar os dentes em um belo sorriso que causa e inveja ao esconder tantos problemas;
Grandeza de felizmente perceber que apenas molhar os pés nas ondas não bastava pra mim, e mergulhar de cabeça e de olhos fechados por mais que pareça arriscado é o melhor a se fazer. Molhar o corpo alivia o calor, e fechar os olhos impede a Maresia salgada de me fazer chorar.

Dedicado a Émerson Gustavo.
NOTA: Queria pedir desculpas aos leitores pelo tempo que não posto, mas tem me faltado tempo e inspiração. Espero que gostem, beijos.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Possibilidade de Felicidade


Como é sentir o abraço de quem se gosta? Ouvi-lo dizer que te ama , ou não ouvir nada, mas simplismente estar perto? Como é experimentar sensação de ser querida e de partilhar um sentimento recíproco? Deve ser algo verdadeiramente belo, e tão feliz que no momento não valeria a maior riqueza dessa terra. Deve ser como sentir o mundo rodar e uma pessoa se tornar singular a ponto de que no dito momento em que ela atravesse a rua seus olhos se tornem cegos para o que está ao redor e ela brilhe como moeda nova. Como será se ver refletido no luz do olho do outro? Inundado na humidade do olhar que te tem e te sorri sem precisar de lábios. Como é amar fortemente e praticar demências por tal emoção? Talvez a felicidade ganha seja tamanha que lhe doa de tanto sorrir, ao mesmo tempo que acrescente dias que foram literalmente vividos em sua vida. Como é saber que você terá alguém para te proteger quando se sentir ameaçada e te abraçar quando se sentir culpada? É embriagante o ato simples de imaginar, desejar e invejar dos que o têm, de tal forma que chego a sentir um desfalecimento dos sentidos. Como será sentir o estômago embrulhar, como se tivesse engolido borboletas, suas mãos suarem, ver o mundo colorido e a manhã com uma cor singular? Digo como deve ser, deve ser extremamente a temporada mais lembrada e saudosa de uma vida, que só por ter contido experiência assim se torna especial. Deve ser assim: todo clichê é essencial, e deve ser isso que um dia venha a acontecer comigo.

NOTA: Dedicado a Vanessa Araújo

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

17

Sem a pretensão de ser bela, de ser louvada, de ser repetida. Com a finalidade única de escrever e tentar novamente em vão me transformar em palavras. Concerteza valeram, no pouco que vivi e no muito que aprendi. Quase uma mulher, mas ainda uma menina que tem ilusões com o cavalo branco e algumas poucas vezes com o príncipe, contudo não espero que me salve, eu deverei salvá-lo, como num conto moderno. 12 dias para o fim do mês e quem sabe quantos dias para o fim da vida? Que se faz tão efêmera nesses momentos de felicidade e tão adiada em perversas estações. Quando o que te importa é um sorriso na cara e um olho que sorri de volta pra você, como relfexo, existir se torna bem mais interessante e venturoso. Quando nenhum caminho está congestionado o suficiente para te fazer parar, você ainda pode se esquivar ou se abaixar, são manobras da vida. Quando lágrimas que caem dos olhos não queimam, mas te fazem querer ser feliz, e ser mais velha pela primeira vez te agrada. Quando se percebe que certas coisas podem ser deixadas de lado e outras como o coração, uma caneta e um papel devem estar sempre a sua frente. Quando tudo, tudo o que foi ou não feito acaba valendo a pena. Quando você não se pressiona para estar sob algum encanto e somente viver é essencial.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011


"Como um pássaro com asas quebradas. Não é o quão alto ele voa, mas a canção que ele canta."

Courage, Orianthi ft. Lacey

sábado, 25 de dezembro de 2010

Quase 2011

Quando encontra-se o final da linha, ou quando se sobe a montanha por completo é que torna-se possível olhar atrás, e o que se vê são atos que você quer mudar. É quando percebe-se que aquelas grandes futilidades não eram necessárias e muitas delas tornaram-se hipocrisias; que muita coisa que foi dita, hoje não faz sentido, e a contrição presente parece pesar mais do que qualquer frase que você pensa ter feito um efeito assombroso. Que aquela educação e todo o rebuscamento não se fazem assim tão importante, porque o que vale mesmo é a singularidade da simplicidade, que é verdadeiramente exclusiva. Que a soma de discussões desimportantes com pessoas importantes resulta em belas nostalgias. Ao término de mais um ano, é quando percebemos o quanto somos fortes. Passamos por 'muitas e ruins', mas quando os fogos irrompem no céu e iluminam nosso rosto, recordamos nossos pesares que na maioria das vezes acompanharam ruínas e nos percebemos sorrindo pra dentro, pra nós próprios e pensando que talvez valha a pena viver.



sábado, 18 de dezembro de 2010

Enxerida



Hoje quem vos fala é minha alma, minha alma de poeta. Longe de qualquer razão ela aflorou para me lembrar que algumas vezes é humana, e que nesse momento chamado algumas vezes ela chora e sente dor. Para me dizer que ela te ama sim, e nem dói ou faz vergonha dizer porque é um sentimento bonito, doentio ela assume, mas acima de tudo belo, não muito raro e que faz bem não somente pra ela como pro coração. Discorrer que em uma multiplicidade de estações a abóbada celestial pesa e pesa tanto que chega a querer pedir saída, entretanto a dor é compensada com o prazer de estar e pela agonia de ser. Gritar para que por favor não se vá, ela namora você de forma oculta visto que assim poderá durar para sempre, sem qualquer aparte. Falar que como qualquer outro espectro humano ela também tem desejos libertinos, porque ser divino é uma cobrança que sobra apenas para você. Fazer menção de que a sua quimera de amor é puramente querer, mas um querer verdadeiro que possa exalar vontade pela rosa. Contar que a voz tranqüila é farsa e que ela vaga e chora sem motivo para que a atenção seja sua. E finalmente ela quer sussurrar que o meu braço só encaixa no teu abraço.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Un petit prince, l'insomnie et la confusion V

São quatro páginas riscada e nada escrito, nada que se aproveite, nenhum pensamento filosófico que vá cusar impactos e boatos de como eu sei traduzir o que sinto, mas a culpa nçao é minha, talvez pra isso não exista tradução, ou não seja um sentimento. Percebo que não é bom, vem o sono e eu não consigo dormir. Vem a fome e a comida fica presa na garganta, junto com suas palavras esfarrapadas. São restos de palavras, que eu até já esqueci. Palavras? São restos de você que me perseguem e insistitem em não me deixar, são vestígios do seu cheiro na minha pele que me embriagam. São restos de algo que eu um dia imaginei poder sentir. São restos que de mim que escrevem e imploram perdão por ser tão fraca. Míseras palavras que prolongam e relembram o meu pesar.

NOTA: Não Adianta - Lanna Rodrigues. (Pelo menos as aulas de francês serviram pra alguma coisa)