segunda-feira, 25 de abril de 2011

Envoltório

Tristeza, quando a maioria dos planos que baseavam a felicidade se esvaem ou são tomados, e você os olha alheios, sendo impossível fingir que não os reconhece;
Raiva, porque tudo está sendo como líquido, e escorre de suas mãos, ou mercúrio, que por maior que seja o esforço ele foge de você, e agarrá-lo até se torna impossível;
Medo, de ser rejeitada não só por pessoas, de perder objetos, de ser vencida por derrotas;
Saudades, do que há de vir, do que foi idealizado por mim e que há de se tornar somente mais um sonho frustrado;
Vontade, de te ter perto e me sentir protegida em seus braços, de eriçar o pêlo só de pensar em ti, do perfume que embebeda;
Precaução, que é exagerada e na maioria das vezes atrapalha, mas é essencial demais para esse ciclo que me vicia e me prende cada vez mais;
Sentimento, que por mais incrível que pareça eu não sou uma pedra. Ou sou, talvez a água bateu demais;
Alívio, quando no eterno dualismo a emoção vence, e as lágrimas escorrem pela face como sangue e têm o peso da alma;
Felicidade, por não explodir com tudo isso, e conseguir mostrar os dentes em um belo sorriso que causa e inveja ao esconder tantos problemas;
Grandeza de felizmente perceber que apenas molhar os pés nas ondas não bastava pra mim, e mergulhar de cabeça e de olhos fechados por mais que pareça arriscado é o melhor a se fazer. Molhar o corpo alivia o calor, e fechar os olhos impede a Maresia salgada de me fazer chorar.

Dedicado a Émerson Gustavo.
NOTA: Queria pedir desculpas aos leitores pelo tempo que não posto, mas tem me faltado tempo e inspiração. Espero que gostem, beijos.

4 comentários:

  1. Você passa muito tempo sem escrever, mas quando posta é cada coisa assim certeira viu!
    E como é sentir isso tudo de uma vez só?
    Ou um sempre seguido por outro sem interrupções, como os ponteiros do relógio da figura que ficam girando sem para?

    "Grandeza de felizmente perceber que apenas molhar os pés nas ondas não bastava pra mim, e mergulhar de cabeça e de olhos fechados por mais que pareça arriscado é o melhor a se fazer."

    É isso aí! Afinal quem não arrisca não petisca!

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  2. Olá Jana, minha chará, que lindo poetar na escrita... Escrevedo também vivemos e a triseza começa a desvanecer.

    Também sou Cearense, mas hoje em dia moro na Bahia, ah, saudade imensa do meu Ceará...

    Amei teu blog, passo a segui-lo!

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  3. Agradecida pelos elogios Jana. E respondendo ao Kleylton, é sempre tudo de uma vez. E bem confuso, não dá pra discernir muitas coisa.

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  4. Sentimentos dos quais n podemos fugir, n é mesmo?
    Beeeijooos

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