
Raiva, porque tudo está sendo como líquido, e escorre de suas mãos, ou mercúrio, que por maior que seja o esforço ele foge de você, e agarrá-lo até se torna impossível;
Medo, de ser rejeitada não só por pessoas, de perder objetos, de ser vencida por derrotas;
Saudades, do que há de vir, do que foi idealizado por mim e que há de se tornar somente mais um sonho frustrado;
Vontade, de te ter perto e me sentir protegida em seus braços, de eriçar o pêlo só de pensar em ti, do perfume que embebeda;
Precaução, que é exagerada e na maioria das vezes atrapalha, mas é essencial demais para esse ciclo que me vicia e me prende cada vez mais;
Sentimento, que por mais incrível que pareça eu não sou uma pedra. Ou sou, talvez a água bateu demais;
Alívio, quando no eterno dualismo a emoção vence, e as lágrimas escorrem pela face como sangue e têm o peso da alma;
Felicidade, por não explodir com tudo isso, e conseguir mostrar os dentes em um belo sorriso que causa e inveja ao esconder tantos problemas;
Grandeza de felizmente perceber que apenas molhar os pés nas ondas não bastava pra mim, e mergulhar de cabeça e de olhos fechados por mais que pareça arriscado é o melhor a se fazer. Molhar o corpo alivia o calor, e fechar os olhos impede a Maresia salgada de me fazer chorar.