Hedonismo

Um dia quis te querer, mas você estava tão distante que eu tive receio de aparecer e parecer respectivamente atônita e desesperada. Quis te querer porque ao te olhar minha imaginação sorriu e o sono fechou meus olhos para te ver junto de mim no futuro, porque ouvi você me falando ao pé do ouvido todas as bobagens que sempre quis ouvir de alguém. Quis te querer porque vi você me abraçar, me dar colo e a x-atenção que sempre precisei. Estar te querendo era tão bom, era tão feliz que eu esqueci os perigos que ofereço quando aconteço assim, os perigos a que me sujeito. Esqueci que a imaginação pode brincar com meus olhos e me fazer ver o que não existe. Manipulada então pelos perigos desencadeados pela sensação do meu querer, fui. Era extasiante não sair pra me divertir, mas para te ver, te perseguir, para estar onde você estava. E não percebendo isso fui vivendo, vivendo não mais pra mim, mas pra ti. E quando eu disse que fui te querer, você parou, pensou e inventou que analisou, apenas disse: - eu também quero te querer. A melodia que me embalava te embalou também, então eu eu fui tudo o que você quis. Me tornei um vulto feliz de mulher, de menina-moça quando ama e é amada. Mas a melodia que nos embalava aumentou o volume na sua casa, ou baixou na minha porque o meu querer passou e o teu continuou e cresceu. Com tal acontecimento me aconteceu o oposto do que imaginei. Sua presença agora me era angustiante, e o prazer do meu querer foi exterminado pelo teu querer. O teu encanto sobre mim acabou, mas o meu sobre você estava apenas começando. Agora quero acabar, te jogar fora, te chutar, somente pelo meu prazer. E por mais uma vez eu pensei que o meu querer não fosse capricho ou luxúria, me enganei; Resta procurar outro bem que me faça ter alucinações e fetiches mais uma vez. "Eu só quero que você me queira". E aí, alguém disposto?